Tive o prazer de realizar uma Imersão Artística para o Núcleo de formação do
Centro de Artes da Maré, direção de Lia Rodrigues - setembro e novembro 2017.
educação somática
treinamentos
improvisações
compartilhamentos
jogos
entre #dança / entre #teatro/ entre #performance
educação somática
treinamentos
improvisações
compartilhamentos
jogos
entre #dança / entre #teatro/ entre #performance
Foi imensamente prazeroso e desafiante facilitar aulas com carga horária de 41 horas (mês setembro e novembro 2017) para o núcleo de formação do Centro de Artes da Maré. Quando recebi o convite da Lia estava fora do Brasil e um arrepio de ansiedade misturado com felicidade me subiu pela espinha. Eu sempre admirei o trabalho da Cia de danças Lia Rodrigues e tenho uma admiração ainda maior pelo projeto do núcleo de formação e escola de danças, pois é a partir desta iniciativa que obtemos formação contínua de técnicas e pesquisa das artes do corpo. Um aspecto que me motivou bastante foi perceber a diferença de corpos de cada um, alguns já tem uma técnica a priori bem consistente, outros estão adquirindo e outros estão iniciando seu caminho com a dança. A partir dessa análise fui moldando o conteúdo das aulas, para conseguir ter a presença de todos durante todos os dias. O desafio era ter a atenção dos mais experientes em exercícios mais simples e continuar motivando os mais iniciantes nos exercícios mais complexos. Assim, optei por utilizar o exercício da meditação todos os dias nos primeiros dez minutos de cada aula, com a intenção de potencializar a atenção de todos para a aula inteira. Foi um experimento, alguns nunca tinham ouvido falar em meditação antes mas percebi o quanto esta pausa no inicio influenciou todo o nosso processo. Inclusive nos momentos em que praticamos os procedimentos de improvisação. A experiência de ter estado na Maré foi peculiar, não há sempre o silêncio, algumas interferências sonoras da rua chegam as vezes de forma gritante, isso não é um defeito, de alguma forma agregamos esses sons para o trabalho, tudo era material, a luz que entrava no galpão, as crianças que de vez em quando chegavam mais cedo para nos observar. A equipe atenciosa e carinhosa que trabalha no espaço. A exposição de Conceição Evaristo que foi montada na última semana, as mulheres que trabalharam na montagem terem vindo assistir a mostra informal que fizemos e terem compartilhado frases lindas, como "a vivacidade como eles se movem, o olhar vivo, tudo o que eles fazem dá vontade de ficar olhando para sempre". Tenho a impressão que tudo é mais vivo na Maré, por isso chamei esse encontro de "Maré de potencialidades". O ideal seria termos mais CAM espalhados por toda a Maré, e além, por várias outras comunidades do Rio de Janeiro. Que fomentos para esses projetos possa continuar sempre, pois só assim agregaremos ainda mais potências para trabalhos artísticos e pedagógicos aumentando nossas chances de construir nossa micropolítica, onde a subjetividade é abraçada de forma sensível e humana e mais valioso ainda, a transformação disso tudo em arte.